PARCELAMENTO DO SOLO URBANO, PROJETO E PAISAGISMO DE BAIRRO RESIDENCIAL VILA BRANDINA/CAMPINAS

Trabalha os elementos básicos que constituem o parcelamento do solo urbano, a partir da elaboração do projeto de um bairro residencial. Considerando os pressupostos da proposta urbanística, foi projetado, em uma das quadras do bairro, um conjunto de moradias, em nível de estudo preliminar.
Os estudos e análises desenvolvidos pelo grupo reuniu um levantamento de uma série de dados quantitativos, problemáticos e conceituais gerais que abrangem a área de estudo e, principalmente, sua relação com o entorno, contextualizando estas duas áreas distintas. Logo, a partir do domínio dos conhecimentos gerais do local foi possível analisar o todo para a formulação de um conjunto de intenções projetuais que irão urbanizar e qualificar a atual gleba. O grupo definiu, em suma, um instrumento norteador que irá orientar todas as ideias ao longo do desenvolvimento das perspectivas e propostas projetuais, de modo a atingir os objetivos estipulados, facilitando e contribuindo na formulação de um desenho coerente, do começo ao fim. A vertente a ser seguida neste projeto, portanto, receberá influências sustentáveis que visará sempre a interação da vida do homem com a vida da natureza.
A sustentabilidade, juntamente com o pensamento do arquiteto, pode oferecer maior conforto aos moradores e usuários, visando e garantindo sempre uma qualidade de vida a partir de simples alterações nas intenções de projeto. O grupo acredita que, deste modo, será possível passar a ideia de educação ambiental de modo simples e consciente, trabalhando essa interação no dia a dia das pessoas. Entende-se que não haverá uma hierarquia “Homem x Meio ambiente”, mas o funcionamento dessas vidas em conjunto de modo harmônico. O terreno de estudo conta fatores ambientais propícios a serem conservados, preservados e, se trabalhados de modo adequado, proporcionar ambientes confortáveis para que se possa viver bem no local. A gleba é cortada por um curso d’água que trás consigo três nascentes; este fato tem como consequências a promoção de áreas de preservação permanente (APP’s) a partir do eixo deste curso e em um raio de 50 metros ao redor das nascentes. Com isso, o grupo propõe a instalação de parques lineares que irá criar uma interação das pessoas com essa área que não pode ser edificada. Atualmente observa-se a falta ou a precariedade de vegetação nativa neste local, portanto será um ponto importante que contará com a conservação das espécies antigas já existentes e uma revitalização florestal efetiva e adequada. Outro ponto a ser salientado será a valorização das áreas verdes. Atualmente estas são consideradas apenas como vazios no terreno, mas podem vir a ser consideradas como abrigo de uma densa massa arbórea que irá seguir em uma linha de conexão com outras áreas verdes do entorno, criando os chamados “corredores verdes”. Estes promovem uma linearidade e uma constância natural da biodiversidade.
O grupo considerou também o fato de desenvolver elementos sustentáveis que sejam utilizados em todo o projeto. Estes elementos iriam abranger desde os mobiliários da infraestrutura até componentes que fazem parte e que contribuam para o funcionamento racional de grandes obras, como centros de saúde, por exemplo. Uma última consideração que será feita na elaboração deste mapa síntese será a proposição da criação de áreas verdes permeáveis que irão interagir de modo positivo com a vida dentro das edificações. Esta arquitetura, portanto, também levará em conta aspectos sustentáveis que contribuirá com toda a área verde ao redor. O trabalho com iluminação e ventilação natural e com o reuso de materiais e construções já existentes, por exemplo, são alternativas construtivas que contribuem na direção do pensamento estruturador deste projeto e fazem parte dos três pilares da sustentabilidade: reduzir, reutilizar e reciclar. Considera-se importante salientar, também, o fato de que, associado às estas ideias sustentáveis, o projeto será desenvolvido de modo a melhorar as condições atuais da área, tanto no sentido habitacional, como de serviços, institucional, dentre outros. A partir das análises dos estudos feitos, foi possível concluir que a área é deficiente para suprir a demanda nas escolas públicas, nos centros de saúde, no sistema viário e assim por diante. O grupo pensou também como propostas para projeto a instalação de equipamentos públicos de infraestrutura que estejam espalhados por toda gleba a ser urbanizada que funcionem como pontos de coleta de lixo, subdividido em reciclável e orgânico. Assim, propõe-se a ideia de que, independente da condição social do morador, ele tenha consciência sobre o destino de seu lixo e a importância que ele exerce na sua manutenção, contribuindo cada vez mais para manter os espaços públicos limpos. Esse lixo terá, portando, um destino e que será dentro da própria gleba. Propõe-se a implantação de um centro de recolhimento e separação de materiais recicláveis. Estes materiais poderão ser reutilizados em diversos campos e, juntamente com um grupo de pesquisa, será possível desenvolver equipamentos de infraestrutura urbana, materiais que funcionem como isolantes acústicos e térmicos, visando sempre o conforto e a qualidade de vida das pessoas dentro de um edifício ao mesmo tempo em que se reduz o volume de lixo, contribuindo com a preservação do meio ambiente. Estes materiais poderão ser utilizados em habitações sociais, promovendo menores custos aos seus moradores (economia de energia elétrica, por exemplo). Teve-se a ideia de que este centro de recolhimento e reciclagem de lixo trabalhasse conjuntamente com as crianças da futura escola, que também será proposta de projeto. As crianças poderiam, desde cedo, começar a desenvolver o pensamento sustentável, aprendendo na escola, a partir de atividades pedagógicas que influenciariam tais pensamentos e, consequente, conscientização dessas crianças. Este centro também será integrado à construção já existente de cunho histórico e muito importante para o local, que é onde a FEAC desenvolve suas atividades sem fins lucrativos com dependentes químicos. Assim, será possível desenvolver atividades que contribuam para a recuperação destas pessoas. Um tema que será recorrentemente implantado como condição de projeto tratará das questões da prática da permacultura. A partir dela, serão desenvolvidas atividades como hortas de frutas e verduras, hortas com plantas fitoterápicas e um sistema de tratamento e purificação de água. Essas águas serão armazenadas e tratadas em cisternas que poderão ser instaladas em alguns pontos da gleba, contribuindo para o reuso da água. Além de infraestruturas como escolas, também se propõe a instalação de um grande e eficiente centro de saúde, que consiga abranger toda a demanda do bairro e também atender a população do entorno. No sentido da permacultura, serão desenvolvidas as hortas com plantas fitoterápicas que funcionem atendendo as necessidades médicas de toda a comunidade. O grupo acredita, portanto, que será a partir dessas ideias e propostas projetuais, será possível melhorar a qualidade de vida local em todos os campos e sentidos.
Faculdade de Arquitetura e Urbanismo - PUC Campinas
Disciplina: Projeto C
Autores: Carolina Leonhardt Ferranti, Priscilla Franco, Fernanda Martini e Kaena Dega Justo
Orientadores: Alessandra Natali Queiroz, Noemie Nelly e Sergio Righetto
Periodo do curso de Arquitetura e Urbanismo: 4º semestre